segunda-feira, 28 de abril de 2008

Servir

Neste último fim de semana, disponibilizei-me a servir quem precisava, isto é, dei o meu contributo, inserido na equipa da cozinha, para a realização de uma experiência diferente no Santuário do Cristo Rei, os chamados Convívios Fraternos, tendo este o número 1061. Um Convívivos Fraternos, não é mais do que uma experiência muito intensa de descobrir ou redescobrir que há algo mais, para lá da vida terrena.
Conheci muitas pessoas novas, mas houve uma que me cativou com a seu sorriso doce, e o seu olhar imensamente terno, de seu nome Jacinta, tendo-se consagrado à vida religiosa à meio século, sendo conhecida por Irmã Jacinta.
Agradeço a Deus por me ter colocado este convite nas mãos e por eu o ter aceite, pois estive expectante até decidir.
O meu muito obrigado a todos os que me acompanharam através das suas orações.

domingo, 20 de abril de 2008

...and it break´s my heart...

Existem situações no decorrer dos dias que nos partem o coração (literalmente, mesmo)...
Uma delas aconteceu, duas vezes no Rio Sul. Existe um senhor, velhinho, que está sempre sentado pelos bancos no Rio Sul, que passa despercebido a (quase) toda a gente que se cruza com ele. Ele tem roupas velhas,gastas pelo sol, anda acompanhado por uma mala de desporto também já muito queimada pelo uso de muitos dias... Usa óculos (que deduzo já não terem uma graduação adequada,pois a ultima vez que o vi, estava a ler o jornal,segurando-o a escassos 10 cm´s dos olhos) e possui o ar mais dócil do mundo...Nunca o ouvi dizer nada, nunca o vi acompanhado por algum amigo,familiar....Sempre sozinho...A maldita solidão que corrói os alicerces dos deveres morais da nossa sociedade... Ando a pensar nisto....Não me sai da cabeça o olhar (doce e meigo) dele...Não me apraz o porque de não ter nenhum outro arrimo... Eu devia estar a dormir agora porque daqui por 6 horas tenho que me levantar, mas o coração pesa muito...E enquanto me deitava , depois do dia farto que tive,lembrei-me dele. E rezei por ele. E uma vontade de falar com ele nasce e toma forma dentro de mim... Ninguém merece ficar sozinho, e muito menos passar despercebido num centro comercial, ponto de encontro de tanta gente! O velhinho deve gostar de passar lá o dia por estar quente,abrigado, por se distrair... Por ver os outros....Lembranças de outros tempos idos, quiçá mais felizes... Quanto a mim, não me comporta haver tamanha injustiça moral,a começar pela minha própria. Eu tenho de fazer algo, sinto essa necessidade! O coração pesa e é bom que pese, para eu equilibrar muito bem, os pesos das minhas acções que exerço de livre vontade,no decorrer dos meus dias... Os velhinhos são bibliotecas vivas. Uns podem não saber ler nem escrever, (como os meus queridos e amados avós maternos), mas a modéstia...As raízes nas gentes do campo...O senso comum ditado pela vida valem mais do que qualquer curso que se possa tirar.

Pelo "meu" desconhecido (para já) velhinho que passa os dias no rio sul, uma oração mais:

Avé Maria...

terça-feira, 15 de abril de 2008

A música

Não há volta possível a dar.
A beleza de uma música é em muito quantificada pela quantidade de sentimentos,sensações,arrepios e introspecção que provoca no canto mais oculto do nosso ser.
Esta possui a particularidade de fazer-se chegar ao sítio mais recôndito que existe em mim. Desperta paixões e vivências ancestrais, muito anteriores a mim, algures perdidas entre um tempo em que pouco bastava para ser-se plenamente feliz, em comunhão connosco próprios,com Deus, com os outros e com a natureza.
E no mais, acompanhar a leitura belíssima do livro "Rainha morta e Rei saudade" com esta melodia é a junção exponencial de duas artes que se interligam da melhor maneira existente, tal substrato, tal enzima...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Peregrinação

Como é que arranjaste tempo para isso? Como é que arranjaste tempo para Caminhar até ao Santuário do Cabo, onde N. Senhora apareceu?. Basta querer, quis. Foi um fim de semana diferente, longe da rotina, dos afazeres habituais (é sempre tudo para ontem). Praticamente 2 dias onde se caminhou, rezou, se fez silêncio, se adorou. 2 dias repletos de experiências fantásticas, caminhado lado a lado com amigos que há muito não víamos. Uma bolha no pé (não no meu).  Uma, duas, três conversas. Rostos cansados. Olhares cúmplices. No meio da caminha, alguns carros apitam - talvez não tantos como no ano passado. Silêncio. Reflexões. Descobertas. Testemunhos de pessoas que, dia a dia, dão a sua vida aos outros. Tristeza por não estar a partilhar esta imensa alegria com amigos de longa data. Ao chegar, a confiança de tudo podemos se acreditarmos naquele que morreu para nos dar a vida em abundância.