domingo, 20 de abril de 2008

...and it break´s my heart...

Existem situações no decorrer dos dias que nos partem o coração (literalmente, mesmo)...
Uma delas aconteceu, duas vezes no Rio Sul. Existe um senhor, velhinho, que está sempre sentado pelos bancos no Rio Sul, que passa despercebido a (quase) toda a gente que se cruza com ele. Ele tem roupas velhas,gastas pelo sol, anda acompanhado por uma mala de desporto também já muito queimada pelo uso de muitos dias... Usa óculos (que deduzo já não terem uma graduação adequada,pois a ultima vez que o vi, estava a ler o jornal,segurando-o a escassos 10 cm´s dos olhos) e possui o ar mais dócil do mundo...Nunca o ouvi dizer nada, nunca o vi acompanhado por algum amigo,familiar....Sempre sozinho...A maldita solidão que corrói os alicerces dos deveres morais da nossa sociedade... Ando a pensar nisto....Não me sai da cabeça o olhar (doce e meigo) dele...Não me apraz o porque de não ter nenhum outro arrimo... Eu devia estar a dormir agora porque daqui por 6 horas tenho que me levantar, mas o coração pesa muito...E enquanto me deitava , depois do dia farto que tive,lembrei-me dele. E rezei por ele. E uma vontade de falar com ele nasce e toma forma dentro de mim... Ninguém merece ficar sozinho, e muito menos passar despercebido num centro comercial, ponto de encontro de tanta gente! O velhinho deve gostar de passar lá o dia por estar quente,abrigado, por se distrair... Por ver os outros....Lembranças de outros tempos idos, quiçá mais felizes... Quanto a mim, não me comporta haver tamanha injustiça moral,a começar pela minha própria. Eu tenho de fazer algo, sinto essa necessidade! O coração pesa e é bom que pese, para eu equilibrar muito bem, os pesos das minhas acções que exerço de livre vontade,no decorrer dos meus dias... Os velhinhos são bibliotecas vivas. Uns podem não saber ler nem escrever, (como os meus queridos e amados avós maternos), mas a modéstia...As raízes nas gentes do campo...O senso comum ditado pela vida valem mais do que qualquer curso que se possa tirar.

Pelo "meu" desconhecido (para já) velhinho que passa os dias no rio sul, uma oração mais:

Avé Maria...

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